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A minha foto
cantanhede, coimbra, Portugal

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

que nunca seja tarde...

Com a força de vontade de um cavaleiro da Idade Média, ele empurrava o seu carrinho com os seus pertences, entre eles uma foto de uma bonita rapariga … Ele fora um homem rico em tempos, mas a vida travou.lhe a perna e do nada foi parar ás ruas, sem nada além das roupas do corpo e uma foto, que lhe dava força e luz para lutar contra a escuridão que se abatera contra ele … o vento batia na sua face gelando as lágrimas que outrora raramente escorriam, o frio caia sobre a sua pele imobilizando os seus sentidos, o seu corpo continuara a mover.se sem ter forças para o fazer…foi visto na rua mas ninguém lhe estendera a mão … de repente toda a força que lhe restara foi gasta num ultimo passo e ele cai … e de novo ninguém foi capaz de lhe estender a mão … já no chão quase inconsciente vê um portão verde de uma casa abandonada e sorri, olha para o lado e lá estava a foto da tal rapariga a iluminar o possivel ultimo dia da sua vida …

Passadas algumas horas, tendo a tempestade já passado foi avistada uma ambulância a recolher o pobre homem, mas a fotografia foi deixada ali, ao abandono, ele estendera a mão apontando para a foto mas ninguém percebera a sua intenção…

Veio-se a descobrir quem era o homem alguns anos depois, um homem que pecara no seu passado e que perdera tudo, incluindo aqueles que ama, mas a tal rapariga da foto, era a que mais importava para ele.

Uma criança recolhera a foto da tal rapariga e um dia a tal casa do portão verde é de novo habitada por uma ex-residente, que passara lá a sua adolescência, ela não tinha um cabelo gigante e virtuoso, nem olhos azuis, não era loira nem tinha um corpo escultural, mas mesmo assim era uma das mulheres mais belas que se vira no mundo, tinha um sorriso contagiante, uma forma de estar complexamente tranquilizante, um olhar que outrora tinha sido mais brilhante do que era no presente … depois de decorar a casa, estava uma foto na sala da rapariga quando jovem … a criança que recolhera a foto do tal homem que tinha morrido a escassos metros dali trabalhava naquela casa agora e associou a imagem … perguntou á senhora se era ela, esta respondeu afirmativamente, então o já agora rapaz levou.a ao cemitério onde estava o tal homem…reconhecendo a foto do tal homem ela esvai.se em lágrimas e solta uma só palavra…”amo.te” …do nada começa a chover e ela olha para o céu e os seus olhos brilhavam como se tivesse visto o homem de novo … talvez fora a forma que ele tenha encontrado para se desculpar dos erros do passado e de lhe dizer que também a amava… ainda bem que ela percebeu, pena não ter percebido mais cedo …

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